Matriz CSD no processo de UX: por que usamos a metodologia?
Trabalhar em uma equipe de desenvolvimento de produto, independente da função, representa estar familiarizado com o hábito de constantemente buscar dados sólidos para tomar decisões. As maneiras para buscar esses dados são diversas e existe uma teoria, que também pode ser chamada de técnica ou ferramenta, que pode ser considerada uma grande aliada para essas equipes. A aliada tem nome e se você já se interessou pela rotina de um UX designer, provavelmente já deve ter escutado alguma coisa sobre “Matriz CSD”.
É sobre como ela se encaixa no processo de UX e sobre como ela faz parte da nossa rotina que vamos falar neste artigo. Pretendemos abordar o seu significado, como ela é posta em prática e o que nos motiva a adotá-la. Para conseguirmos construir um material que realmente reflita a nossa realidade, contamos com a ajuda do Gabriel Balista, um dos Product Designers do time. Graduado em Design Gráfico, ele atualmente cursa um MBA em gestão estratégica em UX Design. A sua cadeira na empresa o faz colocar a mão na massa também na parte de pesquisas com usuários e a conduzir roteiros de entrevistas de profundidade e de testes de usabilidade. Ou seja: é bagagem de sobra para nos ajudar!
O que é e de onde vem o CSD?
A Matriz CSD (certezas, suposições e dúvidas) geralmente é usada para levantar o que sabemos sobre o produto e alinhar o que o time tem de conhecimento. Geralmente, ajuda a levantar as perguntas importantes que o time de UX precisa para começar o seu trabalho em pesquisas de profundidade. Como Gabriel mencionou durante a nossa conversa: “A Matriz CSD funciona como uma porta de entrada para todo o processo de UX”. Assim, é usada para elencar pontos de atenção de um projeto ou produto, facilitando a definição de onde se concentra e no que focar.
Para isso, consiste em criar três colunas principais, onde o time anota suas certezas em uma coluna, suposições em outra e suas dúvidas na terceira coluna, e geralmente acontece em uma discussão interdisciplinar de participantes com áreas envolvidas.
A medida que o processo criativo vai evoluindo é possível trocar as anotações das colunas, servindo assim como um retrato do que já sabemos e o que queremos descobrir sobre o produto ou projeto. Essa matriz pode ficar visível durante toda a construção do produto, mostrando, inclusive, os avanços como dúvidas que se tornam certezas por exemplo.
As certezas, por sua vez, são as informações comprovadas que sabemos sobre os usuários, hábitos e sobre o produto. E as suposições, são suposições que temos por causa de experiências vividas, conhecimentos teóricos e que precisam de uma comprovação para entrar na categoria de certezas.
Com a matriz montada, agrupam-se em clusters ou blocos de perguntas, faz-se um filtro e com todos insights, o responsável do time de UX elabora um roteiro de perguntas que irá guiar as entrevistas. E por fim nas dúvidas posicionaremos o que não sabemos mas possivelmente gostaríamos de saber sobre o produto, motivação, negócio, usuário.
Como posso colocar em prática?
Uma estratégia que a gente sabe que dá certo é colocar um grupo pequeno de pessoas que trabalham na empresa, numa sala. Entre 7 e 10 pessoas é o suficiente. Quanto mais diverso for esse time, em relação à formação, área de atuação e origens, melhor. A partir daí começam a ser levantadas todas as questões necessárias para que o perfil ou os perfis dos usuários finais sejam construídos. Todas as certezas, suposições e dúvidas sobre a construção deste usuário são expostas em conjunto, conforme explicamos mais acima.
Organizar isso tudo em um board, lousa ou parede é o mais dinâmico e prático. Desse jeito, pequenos adesivos ou post its representando as tais certezas, suposições e dúvidas podem mudar de lugar, conforme forem discutidas pelo grupo.
Além de descartadas, caso sejam consideradas desnecessárias e elencadas de acordo com a relevância para o desenvolvimento do produto. Será esse o material usado para a construção das entrevistas de profundidades, personas, testes e usabilidade, entre outras coisas.
Essa imagem pode te dar uma ideia:
Então, a metodologia da Matriz CSD é usada no processo de UX porque ela ajuda a levantar o que sabemos sobre o tema em questão e alinhar o conhecimento entre todos os membros do time, dando também uma visão mais clara sobre os próximos passos.
Quer saber qual é umas das partes mais legais dessa história toda?
Segundo o Gabriel, para o time de UX é muito gratificante ver outras equipes reconhecendo a eficácia da Matriz CSD e levando-a para as suas rotinas, afinal ela não é só indicada para processos de design, ela pode ser usada em diferentes áreas.
É quase como se a ferramenta estivesse num processo de virar parte da cultura da empresa. Ou seja: decisões baseadas em dados são as realmente valorizadas aqui na Orbia!